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Writer's pictureAna De Cesaro

Saudade

Dor estranha Machuca muito Mas sinto nada Me toma por inteiro E dói em lugar nenhum

Comprometidos meus sentidos estão desnorteados Sinto o mesmo cheiro em roupas que lavei mil vezes Ouço sua voz no silêncio E não adianta tampar os ouvidos

Minha visão prejudicada Minhas pupilas estão gravadas Fecho os meus olhos e vejo os seus Sorrindo pra mim

Dor estranha Me mantém acordada Deixa a memória afiada Me faz lembrar de cada segundo que passou

Lembro das mãos e da arte Que faziam pelo meu corpo Lembro dos olhos que dançavam pelo meu rosto Lembro dos beijos e da vontade do gosto

Passou... Tudo passou... É passado que se faz presente Em todas as 24 horas do dia São 3 da manhã e preciso dormir

Então fecho os olhos Choro baixinho E você? Faz falta.

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